Política
Reprovação de Lula dispara 56%: Índices negativos batem recorde e avançam no Nordeste, base eleitoral do petista
Pesquisa revela que rejeição ao governo cresceu mesmo após pacote de medidas populares, com números preocupantes em seu tradicional reduto eleitoral

Pesquisa revela que rejeição ao governo cresceu mesmo após pacote de medidas populares, com números preocupantes em seu tradicional reduto eleitoral
A reprovação de Lula atingiu seu pior índice, chegando a 56%, enquanto sua aprovação caiu para 41%. No Nordeste, berço político do petista, os números negativos já alcançam 46% dos entrevistados.
O presidente Lula acordou nesta quarta-feira (2) com uma dor de cabeça extra. Os dados da nova pesquisa Quaest mostram que sua popularidade continua derretendo, e agora de forma ainda mais acelerada. Em apenas um mês, a desaprovação ao seu governo saltou 7 pontos percentuais, chegando a 56% – o pior índice desde que assumiu seu terceiro mandato. Enquanto isso, a aprovação despencou 6 pontos, atingindo apenas 41%.
O timing não poderia ser pior para o Planalto. Esses números negativos aparecem justamente após o governo anunciar uma série de medidas que tinham como objetivo claro reconquistar o apoio popular, como a promessa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, o reforço do programa Pé-de-Meia para estudantes e a ampliação do Farmácia Popular.
Nordeste já não é mais terra arrasada para a oposição
O dado que certamente mais preocupa o núcleo duro do PT é o avanço da desaprovação no Nordeste. Historicamente o maior celeiro de votos de Lula e do partido, a região agora apresenta números que acendem o sinal vermelho no Planalto: 46% dos nordestinos já desaprovam o governo, contra 52% que ainda o aprovam.
“Quando o Nordeste começa a virar as costas para Lula, temos um fenômeno político relevante em curso”, comenta o cientista político Ricardo Sennes, em análise sobre os números. “É como se o último bastião de popularidade estivesse começando a ruir.”
A comparação com outras regiões mostra o tamanho do problema:
Região | Desaprovação | Aprovação |
---|---|---|
Sul | 64% | 34% |
Sudeste | 60% | 37% |
Centro-Oeste/Norte | 52% | 45% |
Nordeste | 46% | 52% |
Na prática, apenas no Nordeste Lula ainda mantém mais aprovação que desaprovação – e mesmo ali, a diferença está encolhendo rapidamente.
Promessas não cumpridas: a raiz da reprovação de Lula
“Eu vou fazer o Brasil voltar a sorrir.” A frase de efeito da campanha de 2022 parece cada vez mais distante da realidade percebida pelos brasileiros. A pesquisa Quaest revela que 71% dos entrevistados acreditam que Lula não está conseguindo cumprir as promessas feitas durante a campanha eleitoral.
Felipe Nunes, CEO da Quaest, aponta diretamente para esse fator como determinante na queda de popularidade: “Parte da explicação para a alta desaprovação do governo está na quebra de confiança do eleitorado com o presidente Lula. Além de não conseguir cumprir as promessas de campanha, cada vez menos gente vê o presidente como bem intencionado.”
Outro número que deve tirar o sono do presidente é que 53% dos brasileiros consideram este terceiro mandato pior que os anteriores. Apenas 20% avaliam que está melhor, e 23% acham que está igual. A diferença entre as avaliações negativas e positivas, que era de apenas 9 pontos em dezembro, agora explodiu para 33 pontos.
Dona Maria da Conceição, 61 anos, aposentada de Caruaru (PE), exemplifica essa mudança de percepção: “Votei nele nas três vezes que ele ganhou. Mas agora tá diferente, sabe? O feijão tá caro, a luz tá cara, e a gente não vê melhora.”
O vilão tem nome: economia
Quando a gente vasculha os motivos por trás dessa queda de popularidade, um fator se destaca: o bolso do brasileiro está doendo. E muito. Os números da pesquisa são impressionantes:
- 88% dos entrevistados percebem aumento nos preços dos alimentos
- 65% notam que as contas de água e luz estão mais caras
- 71% sentem que a gasolina subiu de preço
- 81% relatam ter menor poder de compra hoje
- 56% acreditam que a economia piorou nos últimos 12 meses
“Tá tudo muito caro, isso que tá acabando com o governo”, resume Seu João Carlos, motorista de aplicativo em São Paulo. “Quando a gente vai no mercado, é um susto atrás do outro.”
A percepção negativa sobre a economia afeta até mesmo o eleitorado tradicional de Lula. Entre pessoas que ganham até dois salários mínimos, a desaprovação já chega a 45% – um salto de 19 pontos percentuais desde julho do ano passado, quando era de apenas 26%.
Além da economia, o que tira o sono dos brasileiros?
A pesquisa Quaest identificou que, além dos problemas econômicos, outras preocupações dominam a mente dos brasileiros:
- Violência: 29% apontam como principal preocupação
- Questões sociais: 23%
- Economia: 19%
A soma desses fatores resulta em um cenário onde 56% dos entrevistados acreditam que o país está caminhando na direção errada.
“O brasileiro médio está sentindo que o país não está melhorando, e isso reflete diretamente na avaliação do presidente”, explica a socióloga Marina Cortez. “Quando a percepção é de que estamos no caminho errado, o responsável pela condução é naturalmente responsabilizado.”
Perguntas que todo mundo está fazendo
Por que as medidas populares anunciadas não estão funcionando?
As iniciativas recentes do governo, como a isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil, parecem não estar surtindo o efeito desejado porque muitas ainda estão no campo das promessas. Como observa Felipe Nunes, da Quaest: “O brasileiro está mais cético, quer ver resultados concretos, não apenas anúncios.”
O Nordeste pode virar as costas para Lula nas próximas eleições?
É cedo para afirmar isso categoricamente, mas os números mostram uma tendência preocupante para o PT. A região que sempre garantiu uma vantagem confortável para o partido agora apresenta sinais de desgaste na relação. Se essa tendência se mantiver, o mapa eleitoral brasileiro pode sofrer alterações significativas.
Ainda há tempo para reverter esse quadro?
Com quase três anos de mandato pela frente, tecnicamente há tempo para uma recuperação. A pesquisa mostra que 81% dos entrevistados acreditam que Lula deve fazer um governo diferente daqui para frente, o que indica uma expectativa (ou esperança) de mudança. Porém, essa recuperação dependeria de resultados concretos, especialmente na economia.
O que vem por aí
A pesquisa Quaest, realizada entre 27 e 31 de março com 2.004 pessoas em 120 municípios (margem de erro de 2 pontos percentuais), desenha um cenário desafiador para o Palácio do Planalto.
Para especialistas em marketing político, o governo precisará mais do que discursos e promessas para reconquistar a confiança da população. “O brasileiro está querendo ver resultado no bolso, na segurança, na saúde. Não adianta só falar, tem que entregar”, avalia Carlos Manhanelli, consultor de campanhas políticas.
O recado das urnas (mesmo que sejam as urnas das pesquisas de opinião) é claro: o terceiro mandato de Lula está sendo reprovado pela maioria dos brasileiros, e a tendência é de piora se não houver mudanças concretas. Para um presidente que sempre se orgulhou de sua conexão com o povo, esse distanciamento pode ser o maior desafio de sua longa carreira política.
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