Economia
Tirar CNH vai ficar mais barato: entenda a nova regra sem autoescola

O governo federal anunciou uma das maiores mudanças na formação de condutores da história do trânsito brasileiro: a eliminação da obrigatoriedade de autoescolas para obter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A proposta promete reduzir em até 80% os custos e ampliar o acesso à habilitação em todo o país.
A nova regulamentação permitirá que instrutores autônomos atuem de forma independente na formação de motoristas das categorias A (motocicletas), B (automóveis) e C, D e E (veículos de transporte de carga e passageiros).
CNH: O que muda na formação de condutores
A mudança foi apresentada durante reunião do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) e segue em consulta pública até 2 de novembro. O objetivo é democratizar o acesso à CNH, reduzindo custos e simplificando o processo, especialmente em cidades pequenas e áreas rurais onde autoescolas são escassas.

Consulta pública e próximos passos
Segundo a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), mais de 10 mil sugestões já foram enviadas pela plataforma oficial. Após o encerramento do prazo, o Contran vai analisar as contribuições e publicar portarias com as novas diretrizes até dezembro de 2025.
O governo projeta que o novo modelo entre em vigor até o final de 2025, após a fase de testes e ajustes técnicos nos sistemas estaduais de trânsito (Detrans).
Requisitos para atuar como instrutor autônomo
Os instrutores autônomos substituirão o papel tradicional das autoescolas, mas deverão cumprir requisitos rigorosos para garantir a qualidade da formação.
Critérios básicos definidos pela Senatran
- Experiência comprovada na categoria de habilitação que deseja ensinar;
- Curso de formação obrigatório, com módulos teóricos e práticos supervisionados pela Senatran;
- Carteira de Identificação Profissional digital, emitida gratuitamente pelo site do órgão;
- Certificação renovável periodicamente, mediante atualização de conduta e reciclagem técnica.
Essas exigências visam padronizar a atuação dos instrutores e garantir segurança e credibilidade no novo formato de ensino.
Redução dos custos da CNH
De acordo com a Senatran, 77% do custo atual da CNH está vinculado aos serviços prestados pelas autoescolas, como aulas práticas e taxas administrativas.
Estimativa de economia
- Custo médio atual: R$ 3.200 (dependendo da região);
- Previsão após as mudanças: entre R$ 600 e R$ 900, com instrutores independentes;
- Redução estimada: até 80% no valor total do processo.
A medida deve favorecer jovens e trabalhadores de baixa renda, especialmente em regiões onde o preço da habilitação é proibitivo.
Como será a formação dos futuros condutores
O novo modelo manterá os módulos obrigatórios de aprendizado, mas permitirá que o aluno escolha o instrutor e o local das aulas, respeitando as normas do Detran estadual.
Estrutura do curso
- Módulo teórico: 45 horas-aula sobre legislação, direção defensiva, primeiros socorros e meio ambiente;
- Módulo prático: mínimo de 20 aulas com instrutor credenciado;
- Avaliação final: provas teórica e prática aplicadas pelos Detrans — sem interferência de autoescolas.
Os instrutores autônomos deverão utilizar veículos próprios, com equipamentos obrigatórios de dupla embreagem e freio para segurança do aluno.
Fiscalização e segurança no trânsito
Uma das principais preocupações do governo é garantir que a flexibilização não comprometa a segurança viária.
Mecanismos de controle
- Monitoramento eletrônico de aulas práticas via GPS e câmeras;
- Registro digital de frequência e desempenho no sistema da Senatran;
- Auditorias periódicas dos Detrans sobre instrutores e veículos;
- Penalidades em caso de fraude ou ensino irregular.
Segundo o diretor da Senatran, a fiscalização será “tão rigorosa quanto a atual”, mas com mais transparência e foco na qualidade do aprendizado.
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Impacto econômico e social
A mudança é vista como estratégica para o acesso à cidadania e à mobilidade social. A CNH é um dos documentos mais exigidos para empregos formais e atividades autônomas, como entregas e transporte por aplicativo.
Resultados esperados
- Redução da informalidade no setor de transporte;
- Aumento no número de condutores habilitados, especialmente em regiões de menor renda;
- Fortalecimento do mercado de instrutores independentes;
- Estímulo à concorrência, com melhoria dos serviços e preços mais justos.
O governo federal também avalia que a medida pode gerar novos empregos e renda extra para motoristas experientes que desejam atuar como instrutores, impulsionando o setor de formação profissional.
Etapas de implementação
A nova política passará por três fases principais antes da implantação definitiva:
1. Consulta pública (até 2 de novembro)
Cidadãos, instrutores e entidades do setor podem enviar contribuições à Senatran.
2. Consolidação e análise das propostas
O Contran revisará todas as sugestões, com apoio técnico dos Detrans e do Ministério dos Transportes.
3. Regulamentação e publicação das portarias
As regras finais serão divulgadas até dezembro de 2025. Em seguida, estados e municípios terão até seis meses para adequação completa.
Desafios e críticas
Apesar do entusiasmo do público, setores ligados às autoescolas criticam a medida, alegando risco de queda na qualidade da formação e aumento de acidentes.
O governo rebate afirmando que o modelo mantém todos os conteúdos exigidos e fiscalização permanente. “O que muda é a forma de acesso, não a responsabilidade com a segurança”, destacou a Senatran.
Participação popular e transparência
A ampla adesão à consulta pública — com 10 mil sugestões já recebidas — mostra o interesse da sociedade em participar da reformulação. O governo considera o envolvimento popular essencial para construir um modelo inclusivo, eficiente e transparente.
Após a conclusão da fase participativa, o Contran divulgará um relatório consolidado, detalhando quais propostas foram incorporadas e o cronograma oficial de implementação.
A eliminação da obrigatoriedade de autoescolas para obtenção da CNH representa uma revolução no sistema de habilitação brasileiro. Ao permitir instrutores autônomos e reduzir custos, o governo busca democratizar o acesso ao documento, sem abrir mão da segurança no trânsito.
Com consulta pública ativa, fiscalização rigorosa e integração digital via Senatran, o novo modelo tem potencial para transformar o processo de formação de condutores, tornando-o mais acessível, econômico e moderno até o fim de 2025.

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