Política
PL quer lançar candidatura de de Débora, mulher que passou batom em estátua
Mulher que passou batom em estátua durante protestos pode ganhar nova vida política como candidata pelo PL em 2026, revelam lideranças do partido.

PL surpreende ao anunciar planos de lançar Débora Rodrigues, que passou batom em símbolo da Justiça, como candidata nas próximas eleições, transformando prisão em plataforma política.
De Detenta a Candidata: Uma Transformação Política Inusitada
Quem imaginaria que um tubo de batom usado para escrever “perdeu mané” em uma estátua poderia se transformar em um passaporte para a política nacional? Esta é a surpreendente reviravolta no caso de Débora Rodrigues, que após quase dois anos em prisão preventiva pelos atos de 8 de janeiro de 2023, agora tem seu nome cotado como possível candidata pelo Partido Liberal (PL) nas eleições de 2026.
A informação veio diretamente do líder do partido na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcanti (AL), que não escondeu suas intenções ao declarar que vê em Débora um símbolo da “luta por liberdade de expressão”. A notícia pegou muitos de surpresa, inclusive analistas políticos que acompanham de perto o cenário nacional.
“É como transformar limão em limonada”, comentou reservadamente um estrategista político. “O PL parece estar apostando que o sentimento de indignação com as prisões pode se converter em votos.”
A Corrida Contra o Relógio e o STF
O caminho de Débora das celas para as urnas, entretanto, está longe de ser simples. Em entrevista à GloboNews, Sóstenes Cavalcanti admitiu que existem obstáculos significativos:
“Há uma possibilidade muito forte de lançarmos sua candidatura”, afirmou, para logo em seguida acrescentar as condicionantes: a própria vontade de Débora (com quem o partido ainda não conseguiu conversar devido às restrições impostas) e, principalmente, os desdobramentos jurídicos de seu processo.
O maior desafio é justamente o processo que corre no Supremo Tribunal Federal, onde Débora é ré e pode ser condenada a até 14 anos de prisão, além de perder seus direitos políticos. Para o PL, a solução passa necessariamente pelo Congresso Nacional:
“Vamos trabalhar e aprovar a anistia. Iremos conversar com o presidente Hugo [Motta] na terça. Na quinta, vou colocar no Colégio de Líderes para votar na semana seguinte”, revelou Sóstenes, deixando clara a estratégia do partido para viabilizar não apenas a liberdade, mas também a elegibilidade de Débora.
É uma verdadeira corrida contra o tempo. Como me explicou um advogado eleitoral: “Sem a anistia, qualquer condenação criminal transitada em julgado resultaria na inelegibilidade, tornando a candidatura juridicamente impossível.”
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A “Safra” de Novos Políticos Nascidos nas Celas
Quem pensa que o caso de Débora é isolado se engana. O PL já tem outros nomes na sua lista de potenciais candidatos oriundos dos eventos de janeiro de 2023. Entre eles está Eliene Amorim de Jesus, também detida há dois anos no Maranhão.
Eliene carrega uma história particularmente simbólica para a direita: ela é filha de Cleriston Pereira da Cunha, o “Clezão”, que faleceu em novembro de 2023 na Penitenciária da Papuda após sofrer um mal súbito. O caso gerou forte comoção entre apoiadores da direita porque, apesar dos repetidos alertas da defesa sobre seus problemas de saúde, o ministro Alexandre de Moraes não autorizou sua libertação.
“A filha do Clezão será candidata a federal pelo DF. O STF com seus exageros está criando uma safra de novos políticos da direita. Até agora já identificamos as duas”, declarou Sóstenes, em tom que misturava crítica ao Supremo e satisfação com a estratégia política que vem construindo.
Como me confidenciou um veterano assessor parlamentar: “É uma jogada de mestre em termos de narrativa política. Eles estão transformando o que seria uma derrota jurídica em uma potencial vitória eleitoral.”
As Dúvidas que Cercam o Caso
Por que o PL escolheu justamente Débora Rodrigues?
A escolha não parece aleatória. Débora ganhou notoriedade não apenas por seu ato em si, mas pela desproporcionalidade percebida entre sua ação (escrever com batom em uma estátua) e a punição (prisão preventiva por quase dois anos). Essa narrativa de desproporcionalidade ressoa fortemente com uma parcela significativa do eleitorado, especialmente à direita.
Qual o impacto dessa estratégia no cenário político?
Para além das chances eleitorais individuais, a estratégia do PL parece mirar em algo maior: manter viva a narrativa sobre os eventos de janeiro de 2023 e suas consequências. Ao transformar detidos em candidatos, o partido consegue estender o debate para o ciclo eleitoral de 2026, potencialmente mobilizando sua base e mantendo o tema na agenda pública.
Quando o Batom Vira Arma Política
O caso da mulher que passou batom na estátua da Justiça transcendeu há muito o simples ato de vandalismo para se tornar um símbolo das profundas divisões da sociedade brasileira. Para um lado do espectro político, representa um ataque inaceitável às instituições; para outro, simboliza a desproporcionalidade da resposta estatal e a suposta perseguição política.
Ao anunciar a possível candidatura de Débora, o PL não está apenas apostando em um nome para 2026 – está reforçando uma narrativa específica sobre o funcionamento da justiça no Brasil e alimentando um sentimento de indignação que pode se converter em mobilização política.
Os próximos capítulos desta história dependerão não apenas da tramitação do projeto de anistia no Congresso, mas também da reação da sociedade e das instituições a esta estratégia. Enquanto isso, o batom que um dia escreveu em uma estátua continua, metaforicamente, a escrever novos capítulos na turbulenta história política brasileira. [INSERIR LINKS]

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