Justiça
Advogados de Bolsonaro acionam OAB contra Alexandre de Moraes: ‘Mãos atadas’
Advogados de Bolsonaro denunciam violações de prerrogativas em inquérito do golpe e solicitam intervenção urgente da OAB contra decisões de Alexandre de Moraes.

A Luta por Direitos Constitucionais no Inquérito do Golpe
O ex-presidente Jair Bolsonaro enfrenta um novo capítulo em sua trajetória judicial. Seus advogados, junto com as defesas do general Walter Braga Netto e do coronel Marcelo Costa Câmara, apresentaram um pedido formal à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) alegando violações de prerrogativas fundamentais da advocacia por parte do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A ação representa uma escalada significativa na tensão entre a defesa do ex-presidente e o magistrado que conduz o inquérito sobre a suposta tentativa de golpe. Mas o que realmente motivou este movimento estratégico da defesa?
O que Alegam os Advogados de Bolsonaro?
A equipe jurídica que representa o ex-presidente Bolsonaro afirma estar “de mãos atadas” diante do que consideram ser restrições graves ao seu trabalho. Entre as principais queixas apresentadas pelos defensores, destacam-se:
- Negativa de acesso a provas cruciais para o processo
- Tempo insuficiente para preparação de defesas adequadas
- Recebimento de materiais incompletos e possivelmente diferentes entre as equipes de defesa
- Obstáculos sistemáticos ao exercício pleno da advocacia
“A impossibilidade de contar amplamente com tais garantias implica no cerceamento da ampla defesa, impede o contraditório efetivo e viola o devido processo legal, tornando a atuação advocatícia meramente figurativa”, argumenta a representação enviada à OAB.
Quem São os Advogados que Assinaram o Pedido?
O documento apresentado à OAB conta com um expressivo número de signatários de renome no mundo jurídico:
Defesa de Bolsonaro:
- Celso Sanchez Vilardi
- Paulo Amador da Cunha Bueno
- Daniel Bettamio Tesser
- Renata Horovitz Kalim
- Luciano Quintanilha de Almeida
- Domitila Köhler
- Adriana Pazini de Barros Lima
- Alexandre Ribeiro Filho
- Eduardo Ferreira da Silva
Defesa de Braga Netto:
- José Luis Oliveira Lima
- Rodrigo Dall’Acqua
- Rogério Costa
- Millena Galdiano
- Bruno Dallari Oliveira Lima
Defesa de Marcelo Câmara:
- Luiz Eduardo de Almeida Santos Kuntz
O Acesso às Provas: Um Direito Constitucional em Questão
Uma das principais questões levantadas pelos advogados de Bolsonaro refere-se ao acesso integral às provas do inquérito. Segundo a defesa, não foram disponibilizadas todas as evidências necessárias, como a íntegra das conversas extraídas dos celulares apreendidos pela Polícia Federal.
Você sabia que o direito de acesso às provas é garantido pelo princípio do contraditório e da ampla defesa, presente no artigo 5º da Constituição Federal?
O ministro Alexandre de Moraes determinou o levantamento do sigilo dos autos após receber a denúncia, disponibilizando 18 volumes de documentos que somam mais de 3 mil páginas. A delação do tenente-coronel Mauro Cid, figura central no caso, também foi tornada pública, incluindo anexos em vídeo e por escrito.
Compartilhamento de Provas: Suficiente ou Incompleto?
Moraes também compartilhou provas de investigações sigilosas relacionadas à denúncia com todos os 34 denunciados. Estas investigações abrangem:
- Suposto aparelhamento da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN)
- Alegado uso da Polícia Rodoviária Federal para influenciar as eleições de 2022
- Investigações sobre os atos de 8 de Janeiro
Contudo, os advogados contestam a completude desse material. “O acesso aos autos, neste caso, não é o mesmo que o acesso à prova. A verdade é que a quantidade de informações desorganizadas camufla as ausências enquanto impede a defesa”, explicam no documento enviado à OAB.
Prazos para Defesa: Uma Questão de Equidade
A disparidade de prazos é outro ponto crítico levantado pelos defensores de Bolsonaro. Enquanto a Procuradoria-Geral da República (PGR) dispôs de 83 dias para elaborar a denúncia, a defesa do ex-presidente teve seu pedido de prazo equivalente negado pelo ministro Alexandre de Moraes.
Comparativo de Prazos no Processo
Parte | Prazo Concedido | Solicitação | Resultado |
---|---|---|---|
PGR | 83 dias | – | Prazo integral |
Defesa | Prazo padrão | 83 dias | Negado por Moraes |
Os advogados argumentam que, pela jurisprudência do próprio STF, o prazo no caso deveria contar em dobro, considerando:
- A multiplicidade de réus (34 denunciados)
- O fato de os autos do processo serem físicos, não estando integralmente digitalizados
Como Esta Situação Afeta o Processo Contra Bolsonaro?
Esta movimentação dos advogados de Bolsonaro junto à OAB pode ter desdobramentos significativos para o andamento do inquérito. A OAB tem como uma de suas atribuições fundamentais defender as prerrogativas dos advogados, essenciais para o adequado funcionamento do sistema de justiça.
Caso a entidade acolha as alegações apresentadas, poderá intervir no processo de diversas formas, solicitando ao STF a revisão de decisões ou mesmo apresentando manifestações formais sobre possíveis violações de prerrogativas profissionais.
Perguntas Frequentes sobre o Caso
Qual a importância da OAB neste contexto?
A OAB possui legitimidade constitucional para defender as prerrogativas da advocacia, podendo intervir em processos onde existam indícios de violação desses direitos fundamentais ao exercício da profissão.
O que acontece se a OAB acolher o pedido dos advogados de Bolsonaro?
A entidade poderá solicitar providências ao STF ou ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), além de emitir pareceres sobre possíveis violações ocorridas no processo.
Este tipo de contestação é comum em processos de grande repercussão?
Sim, especialmente em casos de relevância política ou social, é comum que as defesas busquem garantir o respeito integral às prerrogativas advocatícias e aos direitos dos acusados.
Um Caso que Transcende o Ex-Presidente
O embate entre os advogados de Bolsonaro e o ministro Alexandre de Moraes levanta questões fundamentais sobre o equilíbrio entre poderes e o respeito às garantias constitucionais em processos judiciais de grande impacto político.
Independentemente do desfecho específico deste caso, a discussão traz à tona a importância do respeito às prerrogativas da advocacia como elemento essencial para a manutenção do Estado Democrático de Direito e para a garantia de julgamentos justos, imparciais e tecnicamente adequados.
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