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Política

Luiz Inácio “biruta de aeroporto” da Silva 


O presidente Lula, que já se declarou uma metamorfose ambulante, diz e desdiz o que pensa em velocidade máxima 


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O presidente Lula, que já se declarou uma metamorfose ambulante, diz e desdiz o que pensa em velocidade máxima 

Certa vez, a “alma mais honesta deff paíff” declarou: “Eu não tenho vergonha e muito menos tenho razão para não dizer que eu mudo de posição, e há muito tempo eu digo que prefiro ser considerado uma metamorfose ambulante, ou seja, mudando à medida que as coisas mudam”. Isso foi lá pelo idos de 2007. De lá para cá, muita coisa mudou, mas Lula, nem tanto. 

A “metamorfose ambulante”, ao que parece, baixou de vez neste corpinho de “77 anos, com energia de 30 e tesão de 20”. Nos últimos dias, então, o presidente tem se comportado como uma verdadeira biruta de aeroporto, dizendo e desdizendo mais ligeiro que Usain Bolt. 

Seguem alguns exemplos. 

Sobre o estouro das contas públicas 

Em 7 de maio de 2024: “Eu não posso ficar com o sistema financeiro todo dia olhando o déficit fiscal sem olhar o déficit social. Parem de olhar só para o seu cofre e olhe para o povo.” 

No mesmo dia: “[A questão fiscal] é uma discussão inócua para um país governado por mim e governado pela Dilma.” Que o diga o triênio (2014-2015-2016) mais recessivo da nossa história. 

Em 16 de julho de 2024: “Não tem nenhum problema se é déficit zero, se é déficit de 0,1% [do PIB], se é déficit de 0,2% [do PIB]. O importante é que este país esteja crescendo, que a economia esteja crescendo, que o emprego esteja crescendo, que o salário esteja crescendo.” 

No mesmo dia: “Você não é obrigado a estabelecer uma meta e cumpri-la se você tiver coisas mais importantes para fazer. Este país é muito grande, este país é muito poderoso. O que é pequena é a cabeça de alguns especuladores.” 

E também: “Primeiro, eu tenho que estar convencido se há necessidade ou não de cortar. Você sabe que eu tenho uma divergência de conceito com o pessoal do mercado. Nem tudo que eles tratam como gasto eu trato como gasto.” 

Já na segunda-feira, 22 de julho de 2024: “A gente só pode gastar aquilo que a gente ganha, se a gente gastar mais do que a gente ganha, a gente vai quebrar.” 

E ainda: “Sempre que precisar bloquear, nós vamos bloquear”. 

Sobre o amigão Maduro e a ditadura venezuelana 

Em 29 de junho de 2023: “A Venezuela tem mais eleições do que o Brasil. O conceito de democracia é relativo para você e para mim.” 

Em 6 de março de 2024: “A gente não pode já começar a jogar dúvida antes de as eleições acontecerem. Porque aí começa a ter um discurso de que vai prever antecipadamente que vai ter problema. Nós temos que garantir a presunção de inocência até que haja as eleições.” 

Em 19 de julho de 2024: “Por que eu vou querer brigar com a Venezuela [e Nicarágua e Argentina]? Eles que elejam os presidentes que quiserem.” 

Já na segunda-feira, 22 de julho de 2024: “Eu fiquei assustado com a declaração do Maduro dizendo que, se ele perder as eleições, vai ter um banho de sangue. Quem perde as eleições toma um banho de voto. O Maduro tem que aprender, quando você ganha, você fica; quando você perde, você vai embora.” 

Sobre a violência contra as mulheres 

Em 16 de julho de 2024: “Hoje, eu fiquei sabendo de uma notícia triste. Eu fiquei sabendo que tem pesquisa, Haddad, que mostra que, depois de jogo de futebol, aumenta a violência contra a mulher. Inacreditável… se o cara é corintiano, tudo bem.” 

Já ontem, segunda-feira, 22 de julho de 2024: “A família, para mim, é uma coisa sagrada. O homem que é homem e tem fé em Deus não pode nunca levantar a mão para agredir uma mulher. Não pode! A violência contra a mulher é muito grande. E a gente vai fazer uma guerra. Vamos fazer uma guerra (contra).” 

Quando era bem pequenininho, lá pelos anos 1970, havia uma propaganda de xampu (Colorama) que marcou época e é lembrada até hoje. Uma moça falava: “Ei, ei, você se lembra da minha voz? Continua a mesma. Mas os meus cabelos… quanta diferença!” 

Luiz Inácio “biruta de aeroporto”, ou simplesmente Lula, não pode dizer o mesmo. Ele continua o mesmo, sem nenhuma diferença. 

OANTAGONISTA


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