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Política

URGENTE: Governo Lula anula leilão para compra de arroz importado após suspeitas de irregularidades


Secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, colocou o cargo à disposição e foi demitido


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Secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, colocou o cargo à disposição e foi demitido

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta terça-feira, 11, que anulou o leilão para compra de arroz realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na quinta-feira 6.

A informação foi anunciada pelo presidente da Conab, Edegar Pretto. Conforme o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, um novo leilão será realizado, pois é necessário que o arroz chegue à mesa do brasileiro com um “preço justo”.

“Pretendemos fazer um novo leilão, quem sabe em outros modelos, para que a gente possa ter garantia que vamos contratar empresa com capacidade técnica e financeira”, disse Pretto a jornalistas no Palácio do Planalto. “A decisão é anular este leilão e proceder um novo mais ajustado.”

O governo Lula escolheu importar arroz dias depois do início das enchentes no Rio Grande do Sul, responsável por 70% da produção nacional do grão. O Estado, no entanto, já havia colhido 80% do cereal. Produtores rurais e especialistas disseram que a compra de arroz era desnecessária, pois não havia risco de desabastecimento.

Em 7 de maio, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse que o governo decidiu comprar arroz para evitar a alta de preços diante da dificuldade que o Estado passava para transportar o grão para o país.

Há pouco, Fávaro anunciou que o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, colocou o cargo a disposição e foi demitido. Há suspeitas da relação dele com sócios das empresas que intermediaram o certame.

Conforme o presidente da Conab, um dos problemas do leilão era a desconfiança sobre a capacidade de as empresas vencedoras entregarem o produto. No leilão, o governo arrematou 263.730 toneladas de quatro empresas, por R$ 1,3 bilhão. “Não tem como a gente depositar dinheiro público sem termos as reais garantias de que o leilão e esses contratos posteriores serão honrados”, completou Pretto.

Depois do leilão do arroz diversas denúncias apareceram. Entre elas, o possível uso de empresas de fachada. O caso que chama mais a atenção é o da principal vencedora do leilão, a empresa Wisley A. de Sousa.

Wisley e o leilão do arroz, que deve ser investigado na CPI

Na última quinta-feira 6, Conab realizou um leilão em que conseguiu firmar a aquisição de cerca de 263 mil toneladas de arroz. Conforme mostrou uma reportagem de Oeste, a Wisley A. de Sousa citada Zucco tem o nome fantasia “Queijo Minas” e atua na região central do Macapá, a capital do Estado do Amapá.

No leilão da Conab, essa empresa que comercializa queijos conseguiu um contrato para importar 147,3 mil toneladas de arroz e receber em troca R$ 736,3 milhões.

A Conab firmou contratos para aquisição de quase 264 mil toneladas de arroz no leilão de quinta-feira. Ao todo, quatro empresas conseguiram os lotes. Além da Wisley, também estão nessa lista: Zafira Trading (73,8 mil toneladas), ASR Locação de Veículos e Máquinas (112,15 mil toneladas) e Icefruit (98,7 mil toneladas).

A companhia alega que o leilão é necessário para evitar o desabastecimento e o impacto econômico com o desastre causado com a enchentes no Rio Grande do Sul. Contudo, os números da própria Conab mostram que a maior parte da colheita ocorreu antes das inundações e que a safra gaúcha de arroz será maior que a anterior.


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