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“Terroristas do Hamas ria na nossa cara enquanto matava”, diz brasileira diz sobrevivente a Lula: “Governo brasileiro esqueceram da gente”; VÍDEO
“Realmente o governo [Lula] não foi mobilizado e simplesmente nós sentimos que esqueceram da gente”, diz Rafaela Triestman, vítima do Hamas em 7 de outubro de 2023.
“O Hamas ria na nossa cara”, diz a brasileira Rafaela Triestman (foto), de 20 anos, vítima dos terroristas em 7 de outubro de 2023, em depoimento dirigido a Lula, divulgado nesta quarta-feira, 21, pelo ministro de Relações Exteriores de israelense, Israel Katz. Rafaela diz na gravação que resolveu dar o depoimento em vídeo para “poder mostrar um outro lado da história, mostrar a importância de espalhar as notícias de uma maneira correta, de mostrar como Israel tenta, sim, proteger os cidadãos e faz de tudo para não ter casualidades de civis”.
Rafaela, que diz ter se mudado para Israel há três anos, relata na gravação o dia do ataque do Hamas. Ela estava no festival de música Nova, um dos alvos dos terroristas, e, após ver mísseis, conseguiu se abrigar em um bunker, junto com outras 40 pessoas. Sobraram apenas 10 delas vivas no local após a passagem dos terroristas. Rafaela diz que só sobreviveu porque estava debaixo dos corpos das outras vítimas.
“Começamos a ouvir tiros do lado de fora do bunker. Esses tiros vinham do grupo terrorista Hamas, que estava fazendo um ataque em Israel. Nós não tínhamos noção das proporções do que estava acontecendo O Hamas chegou até o nosso bunker, eles atiraram bombas de gás, granadas, entraram no bunker e atiraram em todo mundo que se mexia. Jogaram coquetéis Molotov, fizeram uma fogueira no lugar da porta, onde queimaram pessoas vivas, sequestraram um menino que estava do meu lado, sequestraram uma outra menina que estava do meu lado. Os terroristas a estupraram e depois queimaram ela viva”, relata a brasileira, dizendo que esse foi o maior trauma de sua vida.
Risadas
“Lembro que estava sentada, não tinha como me defender, porque nenhum de nós foi para uma festa armado. Lembro que eu não tinha mais como fugir dali, não tinha mais o que fazer. Apenas rezei e esperei, para Deus me levar o quanto mais rápido, porque ficar sem ar por cinco horas dentro de um lugar extremamente apertado é muito difícil”, conta a brasileira na gravação, dizendo que nunca vai esquecer do ódio que sentiu naquele dia.
“Esperei. Ouvi gritos, risadas. O Hamas entrava no nosso bunker, atirava nas pessoas e ria na nossa cara. Gritava na nossa cara, E comemorava na nossa cara. Isso não é um grupo de defesa, é um grupo de terrorismo”, diz Rafaela.
Críticas a Lula
“É uma situação muito complicada saber que eu, brasileira, não posso agora voltar para o meu próprio país por conta do perigo de ser judia e estar num país onde tem muito antissemitismo; onde a representação do país [Lula] faz comentários antissemitas; onde o governo [Lula] compara o que Israel faz [na Faixa de Gaza] com Hitler, desrespeitando a memória de 6 milhões de judeus que morreram no Holocausto, de 6 milhões de judeus que foram assassinados brutalmente, por causa de um representante. Continuo com meus tratamentos, Israel me dá todo o apoio que preciso”, diz a vítima do Hamas, que perdeu o namorado no ataque.
Segundo ela, “o governo brasileiro em nenhum momento entrou em contato” com ela ou com Rafael Zimmerman e Jade Colker, entre outras vítimas ou familiares de vítimas do Hamas. “Realmente o governo [Lula] não foi mobilizado e simplesmente nós sentimos que esqueceram da gente.”
Lula abriu uma cise diplomática no domingo, 18, ao comparar a ofensiva israelense em Gaza ao Holocausto. O comentário lhe rendeu o pedido de impeachment com mais assinaturas de deputados da história. Diante da reação indignada do governo israelense, o governo brasileiro optou por dobrar a aposta e não há sinal de um pedido de desculpas do petista no horizonte.