Mundo
‘Lula quer fazer do Brasil um paraíso para ditadores’
Itamaraty faz manobra para receber Vladimir Putin, acusado de crime de guerra
Historicamente, a diplomacia brasileira se colocou numa posição de independência, equilibrada e em defesa das leis internacionais, da democracia e dos direitos civis das populações. “Mas a meta atual do Ministério das Relações Exteriores parece seguir em direção oposta”, criticou a Gazeta do Povo, em editorial publicado nesta quinta-feira, 11.
Para o jornal, o Brasil costumava se posicionar com firmeza contra ditadores ao redor do mundo. Mas isso mudou com o início do terceiro mandato do presidente Lula (PT).
“Um dos principais objetivos da política externa brasileira agora é privilegiar os laços diplomáticos com os piores e menos democráticos governos do mundo” avaliou a publicação.
Entre os atuais “amigos” do Planalto estão o ditador venezuelano Nicolás Maduro, que já foi recebido no país com tapete vermelho, e Daniel Ortega, um perseguidor de opositores, críticos e cristãos na Nicarágua.
Tudo por Putin
Recentemente, a diplomacia brasileira enviou um parecer à Comissão de Direito Internacional das Nações Unidas (ONU) contra a prisão, fora de seu país de origem, de autoridades estrangeiras que cometeram crimes de guerra.
Na prática, o Itamaraty quer tornar possível que o russo Vladimir Putin possa vir ao Brasil para a cúpula do G20, em novembro, sem que que corra o risco de ir para a prisão.
Desde março de 2023, o Tribunal Penal Internacional (TPI) expediu um mandado de prisão contra Putin. Acusado de cometer crimes de guerra, o russo deve ser preso imediatamente se pisar em países signatários do Estatuto de Roma, como o Brasil.
“Durante os governos petistas, o Brasil já foi chamado de ‘anão diplomático’ por sua insistência em fazer as escolhas erradas, alinhando-se a terroristas e ditadores mundo afora enquanto desprezava alianças com democracias sólidas”, destacou o editorial. “A diplomacia brasileira não cansa de se diminuir e tornar-se motivo de chacota para agradar ditadores e autocratas mundo afora”, concluiu o texto.
GAZETADOPOVO