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Política

Lula tira dos pobres para dar a amigos ricos


De um lado, corte bilionário de benefícios sociais e taxação de blusinhas; do outro, descontões para empresários e cachês para “famosinhos”


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De um lado, corte bilionário de benefícios sociais e taxação de blusinhas; do outro, descontões para empresários e cachês para “famosinhos”

Enquanto oferece desconto de 50% nas multas bilionárias dos empresários que confessaram ter praticado suborno durante as gestões passadas do PT, o governo Lula (foto) não apenas taxa em 20% as compras internacionais até 50 dólares, como também corta 25,9 bilhões de reais não em privilégios das elites, mas em benefícios sociais.

“Nós já identificamos, e o presidente autorizou levar à frente, 25,9 bilhões de reais de despesas obrigatórias que vão ser cortadas. Isso foi feito com as equipes dos ministérios. Isso não é um número arbitrário. É um número que foi levantado linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com o espírito dos programas sociais que foram criados. Isso para o ano que vem. É o pente fino dos benefícios”, anunciou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na quarta-feira, 3 de julho.

Enquanto oferece desconto de 50% nas multas bilionárias dos empresários que confessaram ter praticado suborno durante as gestões passadas do PT, o governo Lula (foto) não apenas taxa em 20% as compras internacionais até 50 dólares, como também corta 25,9 bilhões de reais não em privilégios das elites, mas em benefícios sociais.

“Nós já identificamos, e o presidente autorizou levar à frente, 25,9 bilhões de reais de despesas obrigatórias que vão ser cortadas. Isso foi feito com as equipes dos ministérios. Isso não é um número arbitrário. É um número que foi levantado linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com o espírito dos programas sociais que foram criados. Isso para o ano que vem. É o pente fino dos benefícios”, anunciou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na quarta-feira, 3 de julho.

É preciso imaginar o escândalo e, portanto, a diferença de magnitude na repercussão desta fala, se fosse um governo de direita a anunciar um corte de dezenas de bilhões de reais de programas destinados à população de baixa renda, que dirá se o fizesse sem sequer detalhar os critérios utilizados, alegando apenas que eles existem, como quem diz: confia.

“Não tem chute”

Segundo Haddad, “esse número já está consolidado pelos ministérios” da Fazenda e do Planejamento, “não é um número que o Planejamento tirou da cartola”, “foi um trabalho criterioso”, que “levou 90 dias”: “não tem chute, tem base técnica, é com base em cadastro, com base nas leis aprovadas”. Aham.

Em reação ao anúncio do ministro, o partido Novo publicou um “editorial” sob o título: “Forçado a cortar gastos, Lula isenta os ricos e manda a conta aos mais pobres”.

Eis o texto:

“A sequência de falas desastrosas de Lula sobre os juros e a política fiscal causaram danos à economia brasileira. O dólar já subiu 17% em 2024 e boa parte disso pode ser atribuído à irresponsabilidade no conteúdo dos discursos presidenciais. A tática de ‘jogar pra torcida’ e inventar uma disputa pessoal com o Banco Central falhou e, agora, Lula precisará posar de bom moço para tentar amenizar os danos que causou. Mas sabemos que, na hora do acerto de contas, os mais pobres sempre pagam pelos caprichos dos donos do poder.

O governo anunciou nesta quarta o bloqueio de 25 bilhões de reais do orçamento com a finalidade de cumprir a meta fiscal. Os detalhes sobre quais áreas serão afetadas ainda não foram divulgados, mas sabe-se que os benefícios sociais passarão por revisão.

Desde que foi proposto e aprovado o novo arcabouço, os gastos do governo dispararam. O marco fiscal petista atrelou crescimento da arrecadação ao aumento de despesas, em oposição ao que previa o teto de gastos aprovado no governo Temer. O resultado é uma reiterada tentativa governamental em avançar sobre o patrimônio dos brasileiros. O incentivo é perverso.

Como ninguém aguenta mais tantos impostos, o governo decidiu reduzir as despesas, avançando primeiro sobre os vulneráveis. Não é novidade.

Os governos petistas têm vocação em privilegiar os mais ricos fazendo uso das instituições republicanas.

Entre 2007 e 2014, o BNDES executou operações financeiras subsidiadas no valor de 400 bilhões de reais em prol das chamadas ‘campeãs nacionais’, empresas privadas selecionadas pelo governo para tornarem-se gigantes corporativas e líderes de mercado, supostamente gerando emprego e crescimento econômico. A política foi um desastre. Não houve transparência na seleção das empresas, a gestão dos recursos foi caótica e a corrupção foi generalizada.

O governo promete cortar bilhões, atingindo sobretudo os mais pobres, mas ignora os 19 bilhões em subsídios para montadoras de carros, ou os 17 bilhões em perdão de dívidas de uma importante empresa de telefonia – a qual, diga-se, já esteve entre as ‘campeãs nacionais’ na década passada.

Os privilégios de grandes corporações seguem intactos, como se vê. Mesmo quando o Executivo lhes falta, elas podem contar com a generosidade do Judiciário: só os perdões de dívidas de duas empresas envolvidas na Lava Jato custaram mais de 18 bilhões de reais aos cofres públicos.

Coragem de verdade o petismo só tem para atacar o bolso do cidadão. Enquanto isso, a Lula resta apenas discursar a uma militância cada vez mais reduzida, pois nunca teve um plano nem vontade política para resolver os problemas do Brasil.”

“Esse é o governo Lula”

O ex-procurador e deputado federal cassado Deltan Dallagnol, também do Novo, completou:

“Enrolado até o pescoço com a gastança, o governo Lula anunciou cortes nos ministérios e em programas assistenciais para tentar fechar as contas. O curioso é que, ao mesmo tempo, Lula concede descontão de 50% nas multas bilionárias de empresas que confessaram corrupção na Lava Jato.

Esse é o governo Lula: tira dos mais pobres para dar para os mais ricos e mais poderosos de quem ele sempre foi amigo.”

Diante da notícia de que a Odebrecht só pagou 5% (136 milhões) de sua dívida (de 2,7 bilhões) com Petrobras e União, tendo ainda vencido uma licitação de 5 bilhões de reais da estatal para concluir três lotes da escandalosa Refinaria Abreu e Lima, Dallagnol acrescentou:

“No dia que o texto do projeto da reforma tributária é apresentado no Congresso, inclusive prevendo mais impostos para a picanha e a cerveja, a gente se depara com uma notícia dessas.

A Odebrecht, que teve seu esquema de pagamento de propina chamado de ‘o maior caso de suborno estrangeiro da história’ pelo Departamento de Justiça americano, pagou apenas 5% da multa prevista no acordo de leniência em que ela confessou crimes de corrupção.

Elas contam com a benevolência do governo Lula e o revisionismo histórico do Supremo para se redimirem. É descontão, créditos tributários e até novos contratos assinados. Isso mesmo, a Novonor (ex-Odebrecht) já abocanhou uma nova licitação da Petrobras em março deste ano no valor de R$ 5 bilhões.

Tudo está sendo feito para que crimes sejam varridos para debaixo do tapete e empresas envolvidas no escândalo do Petrolão voltem a lucrar como nos velhos tempos. Enquanto o governo Lula e seus aliados do sistemão estiverem no poder, vai ser assim: lucro para os ‘velhos amigos’ e mais imposto pro pobre pagar a conta.”

Velhos amigos

Os velhos amigos incluem os irmãos Batista, cuja “negociata” com o governo Lula foi criticada por Ciro Gomes, e os “famosinhos” que fizeram campanha para o atual presidente e agora faturam com os cachês da Saúde, como também mostrou O Antagonista.

O deputado federal bolsonarista Filipe Barros, do PL do Paraná, reagiu ao anúncio de Fernando Haddad no mesmo tom de Dallagnol:

“Tudo que inventam de novo jogam no lombo do povo. É o jeitinho Lula-Haddad de esconder as crises que eles próprios criam.

Como se não bastasse taxar as blusinhas, Lula agora corta benefícios sociais da população carente. Pai dos pobres? Que nada. Mãe dos banqueiros.”

A volta ao passado petista de favorecimento das elites em detrimento do povo dá cada vez mais bandeira.


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