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Política

Crime de “Rachadinha” do esquerdista Janones será analisado pelo Conselho de Ética da Câmara no dia de hoje


O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados analisa nesta terça-feira, 28 de maio, o caso do deputado André Janones (Avante-MG), suspeito de cobrar de seus assessores uma devolução de parte dos salários para cobrir despesas pessoais, prática conhecida como “rachadinha”.


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Os deputados vão votar, se aprovam ou não, o parecer de Guilherme Boulos (PSOL-SP), que tenta livrar seu amigo Janones (Avante-MG) do processo de cassação.

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados analisa nesta terça-feira, 28 de maio, o caso do deputado André Janones (Avante-MG), suspeito de cobrar de seus assessores uma devolução de parte dos salários para cobrir despesas pessoais, prática conhecida como “rachadinha”.

Os deputados vão votar o parecer de Guilherme Boulos (PSOL-SP), que recomendou o arquivamento do processo de cassação de Janones.

Pré-candidato à Prefeitura de São Paulo com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Boulos afirmou que Janones não era parlamentar quando foi gravado pedindo parte dos salários dos funcionários. No entanto, o áudio contradiz essa versão. Os deputados eleitos em 2018 tomaram posse em 1º de fevereiro de 2019, e a gravação é de 5 de fevereiro. André Janones nega a prática de “rachadinha” e alega que os áudios foram tirados de contexto.

Na gravação feita por um ex-assessor, Cefas Luiz, em 5 de fevereiro de 2019, Janones pediu que os funcionários de seu gabinete ajudassem a pagar suas despesas pessoais. Ele explicou que alguns assessores de confiança receberiam um salário maior para devolver parte do valor a ele.

“Algumas pessoas aqui, que eu ainda vou conversar em particular depois, vão receber um pouco de salário a mais. E elas vão me ajudar a pagar as contas do que ficou da minha campanha de prefeito. Eu perdi R$ 675 mil na campanha”, disse Janones na gravação.

Ele acrescentou: “‘Ah, isso é devolver salário e você está chamando de outro nome’. Não é! Porque eu devolver salário, você manda na minha conta e eu faço o que eu quiser, né? Isso são simplesmente algumas pessoas que eu confio, que participaram comigo em 2016 e que eu acho que elas entendem que realmente o meu patrimônio foi todo dilapidado. Eu perdi uma casa de R$ 380 mil, um carro, uma poupança de R$ 200 mil e uma previdência de R$ 70 mil e eu acho justo que essas pessoas também hoje participem comigo da reconstrução disso”.

Janones argumentou que a ação não era uma forma de corrupção. “O Mário vai ganhar R$ 10 mil. Eu vou ganhar R$ 25 mil líquido. Só que o Mário, os R$ 10 mil é dele líquido. E eu, dos R$ 25 mil, R$ 15 mil eu vou usar para as dívidas que ficaram de 2016. Não é justo, entendeu?”
Além do processo de cassação, um inquérito investigando se Janones operou o esquema de “rachadinha” foi aberto pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), em dezembro do ano passado. A decisão atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), após ser procurada por 46 deputados da oposição.


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