Conecte-se conosco

Política

Advogada filha de preso político faz discurso avassalador nos EUA escancarando violações de Moraes e do STF: ‘Alexandre de Moraes não aguentou ouvir que…’


A advogada Gabriela Ritter, presidente da Associação dos Familiares e Vítimas do 8 de Janeiro (ASFAV), discursou na edição de 2024 do Congresso Conservador Brasileiro nos Estados Unidos, realizado nos dias 29 e 30 de junho, com a presença de vários perseguidos políticos e advogados de presos políticos do ministro Alexandre de Moraes.


Publicado

em


A advogada Gabriela Ritter, presidente da Associação dos Familiares e Vítimas do 8 de Janeiro (ASFAV), discursou na edição de 2024 do Congresso Conservador Brasileiro nos Estados Unidos, realizado nos dias 29 e 30 de junho, com a presença de vários perseguidos políticos e advogados de presos políticos do ministro Alexandre de Moraes.

Em seu discurso, Gabriela Ritter explicou a atuação da ASFAV, inclusive como a associação se formou, e descreveu os absurdos que vêm sendo cometidos pelo ministro Alexandre de Moraes e pelo judiciário controlado por ele. Ela lembrou que seu pai é um dos presos políticos do ministro, dizendo: “meu pai é um idoso, um homem honrado, mecânico há mais de 40 anos, empresário há mais de 30 anos, residiu sempre na mesma cidade. Nunca respondeu por nenhum crime, nunca cometeu nenhum ato ilícito. Um pai exemplar, amoroso. E ele foi condenado a 14 anos de reclusão. Agora, recentemente. E isso me trouxe até aqui, não só por causa dele. Porque desde o início, desde o primeiro dia, quando eu cheguei em Brasília, no dia 9 de janeiro, eu comecei a ver todas aqueles absurdos… Quando eu chego em Brasília, eu fui procurar o meu pai, ele estava na Polícia Civil, eles estavam todos dentro de um camburão, e estavam orando. Eu escutei a voz do meu pai e de dezenas de pessoas clamando a Deus, sem nem ter noção de que eles seriam presos. E meu pai passou sete meses preso”.

A advogada explicou aos que não estão familiarizados com as prisões em massa realizadas nos dias 8 e 9 de janeiro de 2023 que muitos se revoltaram com as condições em que foram realizadas as eleições de 2022 e se manifestaram de diversas formas, todas pacíficas, inclusive com os acampamentos em frente aos quartéis. Ritter lembrou que, durante a campanha eleitoral, houve aberta censura e perseguição a um dos lados do espectro político.

Ela disse: “Então, após as eleições, a gente viu aquele movimento lindo em frente aos quartéis de todo o país. Em novembro, as três Forças Armadas emitiram uma nota conjunta dizendo que as manifestações eram pacíficas, eram legítimas. O que fez com que as pessoas se sentissem tranquilas em estar ali, orando com a bandeira, com a Bíblia”.

Gabriela Ritter rebateu as narrativas de “tentativa de golpe de estado” e explicou que o que houve no 8 de janeiro foi uma baderna, em que muitos inocentes foram envolvidos contra sua vontade. Ela explicou que muitos se abrigaram nos prédios públicos para se proteger dos conflitos e das bombas e relatou: “E eu escuto do meu pai também, assim como de outras pessoas: poxa, se eu cometi algum crime, eu quero pagar pelo crime que eu cometi. Mas realmente eu não sei”. Ritter disse: “Nada justifica essas condenações tão absurdas. Então, a maioria dos manifestantes eram sim pessoas pacíficas que foram buscar refúgio dentro dos prédios (…) Por isso a maioria dos idosos não tinha como sair. Eles adentraram os prédios para se proteger. Não havia para onde ir. A polícia começou a cercar de todos os lados, por isso que a maioria dos presos são idosos, doentes, pessoas trabalhadoras. Afinal, quem danificou o patrimônio se arriscou, também, para entrar em confronto com a polícia e sair. A gente viu imagens de pessoas descendo com rapel, profissionais encapuzados. Isso não está no processo porque o Alexandre de Moraes não faz questão de ver essas imagens”.

A presidente da ASFAV lembrou ainda: “E o mais importante, os manifestantes pacíficos eles saíram do QG até a Praça dos Três Poderes, escoltados pela Polícia Militar. Eles passaram por duas a três revistas no caminho para garantir que não tivesse armas. O meu pai, três revistas. Então o meu pai, ele tinha na mochila um terço, uma garrafinha de água e um guarda chuva, assim como centenas de pessoas, todas aquelas pessoas. Não foram apreendidas armas”.

Gabriela Ritter explicou ainda as prisões do dia 9 de fevereiro, quando o ministro Alexandre de Moraes ordenou a prisão em massa de pessoas que estavam nas proximidades do QG do Exército. Ela mostrou que as pessoas foram levadas a um campo de concentração, com abertas violações de direitos humanos.

(…)


Publicidade
Clique para comentar

Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

+ Acessadas da Semana