Economia
‘Portaria do Pix’ do Lula foi feita para aumento de arrecadação, mostra documento oficial
Uma análise detalhada do documento que fundamentou a polêmica ‘Portaria do Pix’, revogada em janeiro deste ano, revela que sua principal motivação era o aumento da arrecadação tributária.

Documento da Receita Federal não menciona crimes financeiros, mas sim fiscalização tributária
Uma análise detalhada do documento que fundamentou a polêmica ‘Portaria do Pix’, revogada em janeiro deste ano, revela que sua principal motivação era o aumento da arrecadação tributária.
A exposição de motivos, obtida por meio da Lei de Acesso à Informação, não faz menção a crimes como lavagem de dinheiro ou ocultação de patrimônio, mas sim à necessidade de ampliar a fiscalização sobre transações digitais.
Controle sobre contas digitais e movimentações financeiras
Segundo o texto da Receita Federal, atualmente existem milhões de contas de pagamento pré-pagas, que não possuem limites rígidos de movimentação, permitindo a circulação de valores expressivos sem o devido conhecimento da administração tributária. Isso poderia levar a inconsistências entre os valores movimentados e as declarações de renda de pessoas físicas e jurídicas.
O documento cita como exemplo instituições de pagamento populares no Brasil, como Nubank (Nu Pagamentos S.A.), Banco C6 S.A. e PicPay Serviços S.A., que oferecem contas digitais sem a intermediação direta de bancos tradicionais.
O que a Receita pretendia com a portaria?
A justificativa apresentada no documento da Receita Federal destaca que as informações obtidas por meio da portaria seriam essenciais para cruzamento de dados fiscais, comparando as transações realizadas com a Declaração de Ajuste Anual (DAA) de pessoas físicas e com a Escrituração Contábil Fiscal (ECF) de empresas. No caso de pequenos negócios enquadrados no Simples Nacional, a medida ajudaria a identificar possíveis omissões na arrecadação.
O objetivo declarado da Receita era mapear irregularidades e evitar que recursos de grande valor circulassem sem a devida tributação.
Portaria gerou polêmica e foi revogada após reação negativa
A portaria foi assinada em 10 de setembro do ano passado e publicada oficialmente em 18 de setembro, com previsão de entrada em vigor a partir de 1º de janeiro deste ano. No entanto, a repercussão negativa e os rumores sobre uma suposta taxação do Pix levaram à sua revogação antes mesmo de sua implementação.
Embora o texto não mencionasse diretamente o termo “Pix”, a medida se aplicava ao Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI), administrado pelo Banco Central, que engloba todas as transações realizadas por meio do Pix.
Antes da revogação, o então secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, defendeu a portaria argumentando que a fiscalização seria voltada apenas para aqueles que usavam meios digitais para ocultar dinheiro de origem ilícita.
“Quem precisa da atenção da Receita Federal é quem utiliza esses novos meios de pagamento para ocultar dinheiro ilícito, às vezes decorrente de atividade criminosa, de lavagem de dinheiro. O foco da Receita Federal é para eles. Não é para você, trabalhador, pequeno empresário.”
— Robinson Barreirinhas, em 10 de janeiro, pelo Ministério da Fazenda.
Governo reforça que o Pix não será taxado
Após a revogação da portaria e a disseminação de boatos sobre uma possível cobrança no uso do Pix, o governo federal publicou, em 16 de janeiro, uma Medida Provisória assinada pelo presidente Lula, esclarecendo que não haverá tributação sobre transações realizadas via Pix. O texto oficial reforça que nenhum imposto, taxa ou contribuição será cobrado sobre pagamentos feitos pelo sistema.
A revogação da medida acalmou os ânimos, mas o episódio deixou clara a preocupação do governo com a fiscalização de transações digitais e possíveis brechas na arrecadação tributária. A tendência é que novas estratégias sejam adotadas para ampliar o monitoramento financeiro sem gerar o mesmo nível de controvérsia.

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