Ontem mesmo, minha tia Maria ligou preocupada. “Estou com um cansaço que não passa”, disse ela. Depois de alguns exames, descobriu que seu fígado estava sobrecarregado. Me peguei pensando em quantas vezes ignoramos o que nosso corpo tenta desesperadamente nos contar.
Aquela fadiga persistente que você sente? Aquela dorzinha do lado direito que aparece depois do almoço? O fígado – esse trabalhador incansável que fica ali, quietinho, fazendo mais de 500 funções diferentes – muitas vezes manda recados que confundimos com problemas simples ou passageiros.
Sabe aquela usina que funciona 24 horas sem parar? Pois é, esse é o seu fígado! Um órgão avermelhado do tamanho aproximado de uma bola de futebol que:
Na minha família, sempre dizemos que o fígado é como aquele amigo discreto que resolve tudo nos bastidores sem querer aparecer – mas quando ele para de funcionar direito, todo mundo nota!
Lembra do meu vizinho Seu José? Achava que estava só cansado, até a esposa notar que o branco dos olhos dele estava meio amarelado. Foi o primeiro sinal de que algo não ia bem. Essa coloração amarelada na pele ou olhos (icterícia) acontece quando a bilirrubina, um pigmento amarelo, se acumula no corpo.
Já vi isso acontecer com vários pacientes durante meus anos trabalhando em hospital. É como se o corpo estivesse ligando uma luz amarela de alerta: “Ei, tem algo errado aqui!”
Minha prima sempre reclamava de uma dor surda no lado direito da barriga depois do churrasco de domingo. Achava que era só má digestão. Três meses depois, descobriu uma inflamação no fígado.
Essa dor embaixo das costelas do lado direito é como um cutucão do fígado dizendo: “Tô inchado, tô inflamado, preciso de ajuda!” – especialmente depois daquela feijoada caprichada ou do happy hour que se estendeu demais.
“Doutor, já dormi 12 horas e continuo me sentindo como se tivesse passado a noite em claro.” Ouvi isso tantas vezes! Esse tipo de cansaço profundo, que nenhuma soneca ou café extra forte resolve, é típico quando o fígado não está dando conta do trabalho.
É como tentar dirigir um carro com o filtro de combustível entupido – ele até funciona, mas com muito menos eficiência e gastando muito mais energia para fazer a mesma coisa.
Semana passada, minha amiga Sandra não conseguiu calçar suas botas favoritas. Os tornozelos estavam inchados. Na consulta, entre outras coisas, checamos como estava o fígado dela.
Quando o fígado não produz albumina suficiente (uma proteína super importante), é como se as comportas que mantêm os líquidos nos vasos sanguíneos estivessem com vazamento. A água escapa e se acumula nas partes mais baixas do corpo – geralmente pernas e pés.
Com o tempo, até a barriga pode começar a inchar com esse líquido. Tenho um tio que dizia: “Minha barriga parece uma melancia, mas não comi nada demais!”
Pode parecer estranho falar disso, mas já salvei vários pacientes por causa dessa “espiadinha” no vaso sanitário depois de usar o banheiro. Um xixi escuro (tipo coca-cola ou chá preto) junto com fezes claras (cor de massa de modelar ou argila) é um sinal bem específico de problemas no fígado.
Um amigo médico sempre brinca que o banheiro é como o “painel de controle” do corpo humano – mostra várias pistas importantes sobre o que está acontecendo lá dentro!
Conheci uma senhora que passou meses comprando cremes para pele seca, achando que era só isso. A coceira pelo corpo inteiro piorava quando ela ia dormir. No final, descobrimos que era seu fígado.
Quando o fígado não consegue filtrar certas substâncias do sangue, elas “passeiam” pelo corpo e acabam irritando as terminações nervosas da pele. É como se milhares de formigas invisíveis estivessem andando por baixo da sua pele. Um horror!
Meu pai sempre aparecia com manchas roxas nos braços e não lembrava de ter batido em nada. Depois descobrimos que seu fígado não estava produzindo proteínas suficientes para a coagulação do sangue.
Um fígado saudável produz fatores de coagulação que são como a “cola” dos vasinhos sanguíneos. Sem eles, o menor esbarrão pode causar hematomas. Já vi pacientes que pareciam pintados de roxo sem nem saber como aquelas marcas apareceram.
“Fiz aquela lasanha que você tanto gosta”, disse minha esposa, mas eu mal consegui comer metade da porção. A perda de apetite e a sensação de estar satisfeito rapidamente são sinais clássicos.
Quando o fígado está com problemas, ele não processa bem os nutrientes e o corpo entra em um modo estranho – mesmo comendo pouco, você se sente “cheio”, e com o tempo, começa a perder peso sem fazer dieta nenhuma. Um colega perdeu 10kg em dois meses antes de descobrir uma hepatite.
“Não aguento mais sentir esse embrulho no estômago”, reclamava minha sobrinha após cada refeição. O fígado participa ativamente da digestão, especialmente de gorduras. Quando ele está com problemas, até uma comida leve pode parecer um banquete gorduroso para o seu sistema.
Uma paciente me contou que sentia como se o estômago estivesse “em greve” depois de cada refeição. É aquela sensação de que algo não desceu bem, mesmo quando você comeu apenas uma salada leve.
Este é dos mais sérios. Tive um paciente que começou a esquecer onde guardava as coisas e tinha dificuldade para encontrar palavras durante conversas normais. A família achou que era estresse ou até início de Alzheimer.
Na verdade, quando o fígado não filtra certas toxinas do sangue, elas podem afetar o cérebro. É como se seu cérebro estivesse tentando pensar através de uma névoa espessa. Muitos pacientes também relatam insônia à noite e uma sonolência incontrolável durante o dia.
No consultório, sempre digo aos meus pacientes: não precisa entrar em pânico, mas também não finja que está tudo bem se:
Como dizia minha avó: “É melhor ir ao médico e descobrir que não é nada, do que não ir e descobrir tarde demais que era algo sério”.
A boa notícia: o fígado é um dos poucos órgãos do corpo com uma capacidade incrível de regeneração! Tenho pacientes que transformaram completamente a saúde do fígado com algumas mudanças de hábitos.
Na minha casa, introduzimos o que chamamos de “pratos amigos do fígado”:
E o que tentamos evitar:
“Mas eu não sinto sede!”, reclamava um paciente quando recomendei que bebesse mais água. A verdade é que muitas vezes não sentimos sede mesmo precisando de hidratação.
Comecei a andar com uma garrafinha para todo lado e percebi que bebo muito mais água. Para quem acha água sem graça, faço umas misturas com rodelas de pepino, folhinhas de hortelã ou um toquinho de gengibre. Água de coco também é uma maravilha pro fígado!
Não vou mentir – manter um peso saudável faz toda diferença. Tenho vários pacientes com “fígado gorduroso” que melhoraram significativamente só de perder alguns quilos.
Comecei a caminhar três vezes por semana com meu cachorro e, além de ele ficar mais feliz, meu fígado agradeceu! Não precisa virar atleta olímpico – até uma caminhada diária de 30 minutos já faz uma diferença e tanto.
“Mas doutor, nem um vinhozinho no fim de semana?”, é o que mais escuto. Existe a possibilidade de consumo moderado? Sim. Mas cada organismo reage de um jeito.
Para muitas pessoas, especialmente quem já tem alguma alteração hepática, até pequenas quantidades podem ser prejudiciais. Tenho amigos que substituíram a cerveja do happy hour por drinks sem álcool e dizem que nem sentem falta depois de um tempo.
Uma paciente tomava anti-inflamatório todos os dias para dor nas costas. Depois de três meses, suas enzimas hepáticas estavam pelas alturas!
Alguns medicamentos, mesmo vendidos sem receita, podem sobrecarregar seu fígado se usados por muito tempo. Sempre converso com meus pacientes: “Você tomaria veneno de rato só porque ele vem numa caixinha bonita da farmácia? Então por que tomar remédios sem orientação?”
Muita gente tem medo de ir ao médico por não saber o que vai acontecer lá. Quando um paciente chega com suspeita de problemas no fígado, geralmente o processo é assim:
Há três anos, perdi um amigo próximo para uma doença hepática que poderia ter sido tratada se descoberta antes. Ele ignorou os sintomas por meses, dizendo que era “só cansaço do trabalho”.
O fígado é como aquele amigo que sempre te ajuda, mas nunca pede nada em troca. Até o dia em que ele realmente precisa de você – e nessa hora, é melhor estar atento aos sinais.
Se você identificou alguns dos sintomas que mencionei, não deixe para amanhã. Marque uma consulta, faça seus exames regularmente e cuide desse órgão incrível que trabalha incansavelmente para manter você saudável.
Como sempre digo aos meus filhos: “O corpo fala – mas às vezes ele só sussurra. Aprenda a ouvir os sussurros para não ter que enfrentar os gritos depois.”
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Excelente explanação esclarecedora no meu caso são as manchas que estão aparecendo no corpo sem motivo
Boa tarde, tive hipatite nos meus 17 anos, estou com 74, não sinto nada de diferente ou seja os meus pés sinto alguma dor que as vezes incomoda, sinto parece que o assoalho dos pés parece almofadado mais o direito.
Tem algo a ver?